domingo, 12 de dezembro de 2010

Impasses


O problema constante é o de se esforçar pra guardar mais dinheiro ou não. Vale a pena apertar o cinto pra termos mais recursos pra levar?
De um modo bem racional, sim, com certeza. Mas, ao se lembrar que iremos imigrar e muitas coisas que temos e fazemos aqui não conseguiremos lá, ou não haverá lá, daí a coisa muda de figura e bate a dúvida,  e  daí a gente se vê diariamente nesse impasse.
Sem dizer que o que mais quero fazer é visitar familiares e amigos! Passar o bastante de tempo que puder com eles e tentar aproveitar ao máximo os nossos próximos meses ainda nessa terrinha abençoada. Mas isso não é  tão simples como eu gostaria, pq depende de tempo, de boa vontade de marido e de dinheiro:( Para viajar, sair, ir na casa e cidade da família gera gastos e, novamente, caímos na questão do início desse post.
Bem, é isso ai. Continuarei usando velha fórmula do custo-benefício, e , assim, sendo adepta a idéia de aproveitar enquanto dá:) Porém, meu marido...eu não sei...

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Mais divagações

Na aula de francês estamos aprendendo vários tempos compostos, como o conditional passé, e quando achamos que o negócio não dá pra complicar mais, ele complica :) Mesmo assim, eu adoro o idioma!
As coisas na vida da gente vão se complicando, com essa coisa da mudança eminente, fica muito difícil planejar nossa vida no Brasil e pensar num futuro aqui, isso é estranho pq ainda moro, e morarei nos próximos vários meses, aqui. Tudo que se pensa em comprar bate na idéia de que mudaremos de país e será mais uma coisa pra nos livrarmos depois, sem falar no fato de termos que conter o consumo, sobretudo com coisas para casa, pra podermos ter mais dinheiro reservado.
Meu marido está naquela fase de verificar vagas em multinacionais para ampliar a a empregabilidade no exterior.
Ainda não estou conseguindo lidar muito bem com essa coisa de pensar no Brasil e nas nossas coisas aqui, a curto prazo. Sei que pode parecer ridículo, mas às vezes olho pra meu armário e me pego pensando que aqui tenho tudo que preciso, e minhas coisas, meus utensílios. Aqui, quando vou cozinhar, por exemplo, sei o que usarei e o que tenho à minha disposição e não sei como isso será no Canadá. Olho pro meu guarda-roupas e fico analisando o que poderei deixar ou esperar pra levar e não é fácil! Tô tentando fazer o exercício do desapego:)
Na verdade, espero ser mais simples do que penso.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Divagações

Bem, mais uma segunda-feira de trabalho está por ai. Tenho que ter paciência, perseverança e fé para continuar mantendo toda normalmente, e não chutar o balde de vez :)Tem as contas pra pagar e o dinheiro para juntar. 
Meu trabalho não é ruim. Trabalho num ambiente e localidade privilegiados, mas o que eu faço não me satisfaz e nem sinto que poderei ir muito longe ali, já que sei que não tenho o que é preciso para  fazer uma grande carreira na instituição. Não que algo me desabone, pelo contrário, creio ser uma boa funcionária, mas tem coisas no trabalho que eu não tenho a aptidão e nem a cara-de-pau para fazer, além de não gostar, e isso acaba por me chatear mais do que deveria. Mas vou parar por aqui, pq neste memento não posso dar mais detalhes sobre meu emprego até nossa viagem estar bem próxima.
Bem, mas a vida é assim mesmo, e às vezes a gente lembra dela pra levar e tem que se calar com a boca cheia de feijão, como diria o grande Chico Buarque.
Tenho idéias malucas com relação a um futuro trabalho no Canadá, penso em mudar radicalmente. Estou fazendo umas pesquisas de postes interessantes em que minha formação caiba e tenho a intenção de fazer uns cursos em outra área que adoro e quem sabe, futuramente, arriscar ai.
Mon mari me deu um livro interessante. Inicialmente, fiquei até meio temerosa de lê-lo e poder me deparar com uma realidade bem diferente sobre o tal curso que citei, mas, pelo contrário, fiquei ainda mais apaixonada e animada pela idéia. Quem sabe....

sábado, 20 de novembro de 2010

Travail...

É muito difícil continuar a fazer algo para o qual vc sabe q não nasceu e que não tem habilidade qdo se está, provavelmente, a menos de 1 ano de ir embora. Esse negócio de trabalho é muito bizarro... As vezes penso que se no meu país já é complicado um emprego que realmente nos dê satisfação e a impressão de sermos úteis, imagine em outro país!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Entrevista pte 2

Depois de tudo explicadinho, ele partiu para os questionamentos sobre qual era nossa a cidade que pretendíamos morar, pq, o que pretendíamos fazer lá, etc, etc...Isso pegou pra mim, pq minha formação é regulamentada lá e é meio confuso e difícil conseguir exercê-la no Canadá. 
E perguntou se eu era inscrita no meu órgão de classe aqui e pediu a mina carteirinha!!! (Isso realmente foi inesperado, mas eu ando sempre com ela e entreguei a ele). Eu tentei explicar o que pretendia fazer quanto a isso e, em seguida ele perguntou pro Oscar se ele havia feito uma pesquisa sobre empregos, o que foi respondido com um intenso oui!  Então, o entrevistador pediu o levantamento que ele havia feito (ainda bem que estava tudo impresso!), deu uma olhada nos diversas folhas e no currículo, que na madrugada anterior Oscar passou para francês, do jeito que pôde. Daí perguntou se ele falava inglês e conversaram um tempo nesse idioma.
Depois ele retornou pra mim insistindo na pergunta do q eu faria profissionalmente, assim que chegasse ao Québec, dai respondi com a maior cara lavada: Quelque chose, jusque'a je parler français meilleur. (Isso deve estar totalmente errado)
Assim, ele quis saber se eu tb havia pesquisado possibilidades de emprego nas minhas áreas. Graças a Deus, enquanto meu marido tentava passar o currículo dele pra francês, eu fiquei na net pesquisando exatamente isso e até imprimi umas 3 vagas mais interessantes e não exigiam cursos que eu não havia feito, pq M. Leblanc também quis ver minha pesquisa e deu uma sugestão de trabalho, dai eu respondi que eu tinha encontrado um vaga naquele poste e que estava entre as que imprimi e lhe mostrei.
Dali a pouco a impressora começou a funcionar ele já foi entregando uns papéis para lermos, outros para juntarmos ao pedido de visto (2 vias) e um outro com códigos para postarmos nosso currículos e buscarmos empregos, a partir de dezembro. Tb entregou-nos o mítico guide: Apprendre le Québec.
Levantou-se e foi conosco até a porta da sala desculpando-se pelo atraso e falando comigo sobre a quase impossibilidade de que eu consiga exercer uma de minhas profissões lá por ela exiger várias permissões as quais são difíceis de obter. Nessa altura do campeonato ele já estava mais relaxado e derretendo de calor.
M. Leblanc mostrou-se profissional e receptivo, durante toda a entrevista. Ouviu atentamente nossas explicações e até elogiou o francês de mon mari.
Só cai na real depois de adentrar o elevador, daí minha vontade foi a de chorar, não pq havíamos conseguido, mas por ter passado, pq estávamos super estressados e tensos com a entrevista e pelo fato de termos que dar nossos pulos nos nossas locais de trabalho, para conseguir fazê-la.

Entrevista para o CSQ - pte 1



Acho que o que o maior objetivo aqui, e interesse de vocês, sejam os pormenores da temida entrevista no escritório do Québec e os preparativos e descobertas para a mudança.

Então, vamos lá!

Nossa entrevista foi dia 10 de novembro no escritório do Québec em São Paulo, um pouco mais de 2 meses após termos enviado o requerimento e a documentação. Tudo ocorreu mais rápido do que eu esperava.

Eu e “mon mari” fomos separados, cada um oriundo do seu local de trabalho, ele chegou muito antes e ficou aguardando, quando cheguei esperei um pouco e fomos até a recepção do prédio nº 1511 da Berrini, nos identificamos e subimos, isso devia ser uns 20 min antes da hora marcada.

Claro que eu estava “trôp “nervosa, ele estava  ansioso, mas parecia confiante.

Entramos na sala de espera, nos identificamos novamente e fomos avisados de que o Monsier Daniel Leblanc seria nosso entrevistador e que aguardássemos. Isso não foi fácil!!!

Havia outro sujeito que também esperava a sua vez de ser sabatinado e fomos conversar com ele.

Enquanto isso, os minutos foram passando e nada das portas das salas abrirem, daí pensei: "Sorte nossa! Quanto mais tempo as pessoas ficarem lá dentro, menos tempo sobrará para nós". Engano meu...

Meu marido Oscar, ficou conversando sobre vários assuntos profissionais com a outra vítima que aguardava conosco, eu nem conseguia me integrar da conversa direito pq estava entrando em pane.

Ah, bem, não havia apenas um entrevistador, eram dois. Havia 2 salas de entrevista, o q nos surpreendeu, pois sempre soubemos de apenas 1.

Entramos na sala uns 20 min após o horário marcado, fomos recebidos com um “Bonjour! “pelo M. Leblanc, que se apresentou e pediu para que sentássemos. Em seguida, foi pedindo os docs originais, começado pelo passaporte, e enquanto verificava a documentação também ia pedia em francês, eventuais esclarecimentos sobre ela, sobretudo sobre o “nom et prènom,” e sobre o vínculo de trabalho do Oscar.

sábado, 13 de novembro de 2010

Le réveil


Sempre sonhando e querendo mais, arriscarei mudar. 

Eu e meu marido acabamos de passar pela entrevista para obtenção do CSQ e, agora faremos nosso pedido de visto ao Canadá.

A partir da (quase) certeza de mudança e recomeço surgem outras implicações, como a de nos adaptarmos a isso e de lidarmos com a efetividade de que deixaremos nossas coisas,  a sensação segurança de um lar e de estarmos na nossa "terrinha". Creio, sinceramente, que independentemente da origem, qualquer  um sofre ao deixar seu pais, sua família, o reconhecido e o previsto. Por mais que se deseje isso, a não ser por uma imposição profissional, política, pessoal ou um ímpeto aventureiro e inquieto; se as oportunidades, estabilidades, segurança, valorização, de um país desenvolvido, fossem universais, uma parcela mínima de pessoas deixariam suas origens.

Como não vivemos no "país das maravilhas" e, graças a Deus, as diversidades existem, então, temos que tomar nossas atitudes e ir à busca do melhor, assim, concluímos de que por aqui muito pouco mudaria, e, apesar da estabilidade econômica que temos e política em que vivemos, continuávamos perseguidos pela a insatisfação, falta de reconhecimento e a sensação de que muito pouco poder  tínhamos para poder alterar isso e a impunidade e corrupção desenfreada que já se institucionalizou no Brasil, entre outras coisinhas que causam insatisfação e aborrecimento, constantemente
Por tudo isso, e pelo sonho um pouco juvenil, talvez até inocente, mas sincero, de recomeçar, renascer e tentar de novo, aqui iremos nós rumo ao Québec :)