segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O filho que não vem.

O processo de imigração via CSQ já  está ficando tão demorado que daqui a pouco alcançará o processo federal puro. 
O problema não é a parte do escritório do Québec, mas quando chega na parte federal.
Dá pra mudar tanta coisa na nossa vida, também dá pra se perder tanto durante a espera. Dá tempo de engravidar, parir, entrar e sair da licença gestante (ou quase), daí vai ser preciso entrar com um processo pro bebê, pq ele não existia a princípio. Dá pra mudar de emprego, perder oportunidades de carreira pq a vida fica meio suspensa e ficamos meio receosos de arriscar já que estamos nesse processo imigratório, dá tempo até de se divorciar e de casar e ter que mudar tudo  no processo novamente, de um dos aplicadores falecer (Deus nos livreeeee!!!)...Dá para ocorrerem fatos com os familiares que te mostrem que precisam de vc aqui, que não dá mais pra ir. Pode-se até tirar a sorte grande e conseguir um emprego numa multinacional que exista no Canadá e que te mande para lá bem antes do seu visto federal sair pelo procedimento normal.
Eu não sei o que poderia ser feito nesse sentido, mas acho que é muito tempo pra  gente participar de um processo de imigração, de mudança tão drástica e séria de nossas vidas e ficar aguardando mais de 1 ano. É cruel porque é uma angústia constante, uma reflexão diária, uma espera sem fim, uma dor de despedida que não se acaba, pois a despedida de fato não chega mas tudo já vai sendo visto com um adieu e nada é certo. A vida fica rodeada de incertezas e de tensão.
Deve ser o filho mais difícil de parir!

4 comentários:

  1. Tenho me sentido assim também: a vida em suspenso, a despedida diária, a espera angustiante... E olha que nem tenho meu CSQ ainda.
    Acho que o melhor a fazer é apoiarmos uns aos outros. Não há como adiantar o processo, mas há como dividir as angústias. Estou aqui, sempre.
    Beijo grande.

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  2. Eu sei exatamente o que vc quer dizer, a minha espera foi duplamente longa (um ano e meio de processo e mais um ano e meio para o marido se decidir realmente - 3 anos!). Bom, eu aprendi uma coisa com essa longa espera: aproveitar ao máximo o que eu sabia que não teria por aqui. Fui conhecer lugares que eu não conhecia no Brasil, passei mais tempo com os sobrinhos, com meus pais, fiz aquela viagem que estava planejando fazia tempo, coisas do tipo.
    A espera é angustiante, mas a partir do momento que entendi que ela era necessária e que não dependia de mim, o que fazer, se não viver?
    Bonne chance!!

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  3. Que ótimo texto! Realmente é o que todos os imigrantes passam, desde o primeiro momento em que nos colocamos diante da possibilidade de imigrar...a vida fica muuuito em suspenso, pois tudo que vamos fazer na vida, acaba condicionado pela possível ou certa imigração, que demoooooraaaa. O jeito é tentar viver e aproveitar o máximo nossas vidas brasileiras, afinal...sabe-se lá o que vai acontecer...pensar aqui e pensar lá, tentando da mesma maneira tirar o máximo de proveito daqui.

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